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CHANCE apresenta avanços chave para melhorar a saúde sexual e reprodutiva dos jovens em Angola


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O projecto CHANCE organizou a primeira feira de saúde sexual e reprodutiva no Lobito e forneceu dados importantes sobre o conhecimento dos jovens sobre as questões da SSR.

Lobito, Angola – Maio de 2025

O projeto CHANCE (Estratégias para melhorar os conhecimentos e atitudes dos jovens angolanos em saúde sexual e reprodutiva), financiado pela União Europeia, avança com força na província de Benguela, no oeste de Angola.

Durante a Primeira Feira de Saúde Sexual e Reprodutiva, organizada pelo projeto em maio, foram apresentados os resultados preliminares do primeiro estudo transversal realizado com adolescentes e jovens entre 11 e 25 anos nos municípios do Lobito e do Cubal. Os dados revelam lacunas críticas na saúde sexual e reprodutiva da juventude que exigem ação imediata.

Coordenado pelo Instituto de Pesquisa do Hospital Vall d’Hebron (VHIR) — em particular pela Unidade de Medicina Tropical e Saúde Internacional do Serviço de Doenças Infecciosas — este projeto de quatro anos busca empoderar adolescentes e jovens com informação, serviços e espaços seguros para o exercício dos seus direitos sexuais e reprodutivos.

O CHANCE é implementado nos municípios do Lobito e do Cubal, com a participação de organizações da sociedade civil angolana e do Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela. A iniciativa baseia-se numa aliança sólida entre atores acadêmicos e comunitários e dá continuidade a experiências anteriores do VHIR em Angola, como os projetos FUTURO (Ferramentas inovadoras para a educação e empoderamento em saúde sexual juvenil, 2020–2024) e CRESCER (Componente IV do Programa FRESAN para a geração de evidência científica em nutrição infantil), em curso desde 2020.

Dados que exigem atenção: o estudo CHANCE

O estudo transversal sobre saúde sexual e reprodutiva juvenil, apresentado durante a Primeira Feira de Saúde Sexual e Reprodutiva (realizada em 8 e 9 de maio no Lobito), revelou que 40% dos jovens entre 18 e 25 anos afirmaram ter adotado comportamentos sexuais de risco.

Além disso, 27% declararam não ter usado preservativo em suas relações sexuais mais recentes. Cerca de 20% das jovens relataram ter deixado de realizar alguma atividade por estarem menstruadas. E o dado mais alarmante: 56,3% afirmaram ter sofrido episódios de violência sexual.

“Esses dados exigem uma resposta urgente e estruturada, que priorize a prevenção, a proteção e a educação desde as idades mais jovens”, afirma Esperanza Esteban, coordenadora geral do projeto CHANCE.

Um compromisso institucional local

Durante a cerimônia de abertura da feira, o administrador municipal do Lobito, Carlos Pacatolo, destacou a importância do CHANCE como motor de transformação para a juventude local. Pacatolo sublinhou que iniciativas como esta são fundamentais para que o desenvolvimento não exclua os grupos mais vulneráveis.

“O Corredor do Lobito não pode ser apenas uma via de transporte de mercadorias. Deve ser também um corredor de desenvolvimento humano. E, para isso, precisamos de projetos que coloquem as pessoas no centro, como faz o CHANCE”, declarou.

Esperanza Esteban também enfatizou que “o projeto demonstra que a ciência não pode ficar confinada aos laboratórios. Quando une forças com a sociedade civil, torna-se uma ferramenta real de transformação.”

Próximas ações

Nos próximos anos, o CHANCE desenvolverá um ambicioso plano de formação para professores e profissionais de saúde, junto com campanhas comunitárias focadas em saúde menstrual, prevenção de gravidez precoce, violência baseada em gênero e bem-estar emocional da juventude.

Em articulação com o Ministério da Saúde de Angola, especialmente com o Programa Nacional de Saúde Escolar e do Adolescente, o projeto busca deixar uma capacidade instalada duradoura nos territórios de intervenção.

O CHANCE também trabalha com grupos tradicionalmente invisibilizados, como mulheres trabalhadoras do sexo e pessoas LGBTI, garantindo que as estratégias de saúde sexual e reprodutiva respondam às suas necessidades específicas, livres de estigma e discriminação. Equidade, participação e perspectiva de gênero atravessam todo o desenho do projeto.

Mais de 18 anos de compromisso com a saúde em Angola

A implementação do CHANCE reflete o compromisso contínuo do Hospital Universitário Vall d’Hebron, e em particular da sua Unidade de Medicina Tropical e Saúde Internacional do Serviço de Doenças Infecciosas, com a melhoria da saúde da população angolana. Há mais de 18 anos, esta equipe, liderada pelo Dr. Israel Molina, colabora ativamente no país através de projetos de pesquisa, assistência técnica e formação em saúde materna, infantil e juvenil em regiões vulneráveis.